domingo, 25 de julho de 2010

História do Futsal Feminino

Nunca é demais lembrar que o esporte não é masculino ou feminino, mas são as culturas, a partir de suas crenças, que lhe imprimem significados. Por isso um esporte é mais aceito num lugar do que no outro.

No Brasil, o futebol sempre foi reconhecido como um esporte a ser praticado essencialmente por homens, expressões como “futebol é para homem” e “lugar de mulher é na cozinha” faziam parte das “peladas” realizadas entre os meninos. Tal cultura afastou durante muitos anos as meninas da prática dessa modalidade, tanto meninos, professores e familiares, compartilhavam desse pensamento.

Em 08/01/83 o Conselho Nacional de Desportos (CND) oficializou a prática de Futebol e de Futsal para mulheres. A partir desta data os campeonatos começaram a surgir em vários estados.

A necessidade de expandir a prática do futsal feminino no Brasil e no mundo teve como principal motivo aumentar o número de praticantes também no feminino para incluir a modalidade nas olimpíadas.

O primeiro campeonato oficial organizado pela CBFS foi a I Taça Brasil de Clubes, realizada em Mairinque - SP em janeiro de 1992 com a participação de 10 equipes indicada por suas Federações, já que por haver campeonatos nacionais a maioria das Federações não organizava campeonatos estaduais.

A prática do futsal feminino foi autorizada pela Federação Internacional de Futsal (FIFUSA) em 23 de abril de 1983.

Passadas apenas duas décadas, o que se observa é uma evolução significativa: em âmbito nacional, além da tradicional Taça Brasil de Clubes, que em 2003 completou a XII edição,
formou-se pela primeira vez uma Seleção Brasileira do gênero.

O futsal feminino, a exemplo do que ocorreu com o masculino, chegou a era do profissionalismo, isto é, o que era diversão passou a ser ofício.

Com o advento da Seleção Brasileira da categoria principal, a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) demonstra o seu interesse em fomentar intercâmbios internacionais.

Na Europa, elaborou-se a Eurocopa. Acreditamos serem esses os primeiros passos para a realização, num futuro próximo, de um Campeonato Mundial. Há, inclusive, uma necessidade de se expandir o futsal feminino em âmbito internacional, isso porque esse, para tornar-se Olímpico, tem de ser praticado pelos gêneros masculino e feminino.

Para a admissão do futsal nos Jogos Olímpicos há indícios de que essas projeções têm uma relação estreita, também, com o fato de o nível técnico se encontrar em processo acelerado de desenvolvimento.

As evidências são notórias: o interesse crescente da mídia, que se propõe a divulgar, ainda que timidamente, se comparado ao futsal masculino, os eventos do gênero; as iniciativas anteriormente citadas da CBFS que, tudo leva a crer, incrementarão a expansãodo futsal feminino.

É sensível a expansão do futsal feminino em todo o território nacional. Prova disso, é o fato de a 16ª Taça Brasil de Clubes da categoria principal ser disputada por 25 equipes de 20 estados diferentes.

Há um departamento de futsal feminino na CBFS; uma Liga de futsal feminino; uma seleção brasileira de futsal feminino; campeonato brasileiro de clubes na categoria principal e nas de base.

Em decorrência disso, encontramos, independentemente da localidade, profissionais ligados e alunos interessados no futsal feminino e, evidentemente, mais meninas se iniciando no futsal.

A iniciação ao futsal feminino

É importante percebermos que a iniciação ocorre nas escolas, cabendo então ao professor(a) oportunizar a prática para ambos os sexos. Para que isso ocorra, é necessário que possíveis comparações com o futsal masculino devem ser sumariamente evitadas, pois são, minimamente, inoportunas.

Mulheres têm de ser comparadas entre si. Assim terão respeitada sua individualidade; as meninas poderão se iniciar no futsal sem a responsabilidade e/ou o objetivo de terem de se comportar como os meninos naquilo que fazem para serem aceitas pelos (as)
professores (as).